domingo, 13 de maio de 2012

De Luis Fernando Veríssimo

"Um americano, cujo nome até hoje é reverenciado onde quer que diretores lojistas se reúnam, mas que no momento me escapa, foi o inventor do Dia das Mães. [...]
- Nós só ganhamos dinheiro mesmo no Natal. No resto do ano...
[...]
- Precisamos criar dois, três, muitos Natais!
[...]
- A mãe! O Dia das Mães...
Foi um sucesso. Ninguém podia chamar aquilo de oportunismo comercial, pois ser contra o Dia das Mães equivaleria a ser contra a Mãe como instituição. Isto chocaria a todos, principalmente às mães. Que, como se sabe, formam uma irmandade fechada com ramificações internacionais. Como a Máfia. As mães também oferecem proteção e ameaçam os que se rebelam contra elas com punições terríveis que vão da castração simbólica à chantagem sentimental. Pior que a Máfia, que só joga as pessoas no rio com um pouco de cimento em volta."

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