domingo, 15 de agosto de 2010

La Nuova Gioventú


Peguei emprestado o nome de uma composição do Renato Russo para intitular esse post. Porém a letra da música nada tem a ver com o que irei discorrer.
Sábado, 14 de agosto de 2010. Fui assistir o II Seminário de Juventude. Parecia um comício. Passei as primeiras duas horas "prevendo" que o evento terminaria com entrega de adesivos com nome e número de fulano de tal. Engano. Depois pensei no quanto estava errada. Como discutir políticas públicas para a juventude sem dialogar com o parlamento?
O Seminário contou com a participação de pessoas que eram para estar lá. Políticos, docentes entendidos do assunto, representantes de instituições variadas, jovens militantes e não-militantes também. E é sobre isso que quero falar: "geração coca-cola", "futuro da nação", etc etc etc. Me parece que a juventude está cada vez mais clicherizada.
Honestidade, liberdade, respeito, igualdade. Tão estranho é lutar por valores que deveriam ser tão básicos e corriqueiros quanto comer, dormir... E comecei a refletir sobre a militância. Os movimentos sociais estão aí: Movimento LGBT, Movimento Feminista, Movimento Negro, Movimento dos Sem-Terra/Teto, Movimento Estudantil, Movimento Sindical, movimento disso, movimento daquilo... E quem não milita em nenhum movimento? Não tem responsabilidade social? Não sou contra os movimentos sociais, muito pelo contrário. Quanto mais organizados os grupos, mais força eles têm ao enfrentar as dificuldades pelas quais passam os respectivos segmentos. Mas não estou disposta a me fechar em um círculo de interesses comuns.  Eu não preciso ser lésbica para defender o direito dos homossexuais às mesmas condições dos heteros. Eu não preciso ser feminista para defender o direito das mulheres às mesmas condições e privilégios dos homens. Eu não preciso nem trabalhar (o que não quer dizer que eu não trabalhe) para reconhecer que os trabalhadores têm muito menos do que merecem. Eu não preciso "não ter onde cair morta" para me isentar da luta por uma distribuição de renda mais justa.

"Eu não defendo os brancos, e eu não defendo os negros
Eu defendo a verdade e direitos e tudo disso."

Rasta Courage - SOJA


Me pergunto se estou me fazendo entender... Ouvi demais comparações entre a juventude da década de 60-80 e a juventude de hoje. "Não é mais a mesma coisa." Tão óbvio!! Os tempos são outros, as pessoas são outras. Naquele período, lutava-se pelo direito ao voto. Felizmente, esse direito foi assegurado. Haverá sempre pelo que lutar. E o fato de eu não estar engajada em nenhum movimento social não significa que na minha vida diária eu não faça nada. O problema de alguns é achar que cada grupo deve responder sozinho pela defesa de seus interesses e pronto. Quanto a mim, a única bandeira que eu levanto é a do respeito ao ser humano.

29 comentários:

  1. Já leu Microfísica do poder do Foucault? Tem um capítulo onde ele fala basicamente isso mesmo q vc disse, q é possível cada um dar sua contribuição do local exato onde está, sem precisar de aval ou permissão de associações e etc., bastando para tanto um comprometimento real com esses princípios básicos que deveriam ser direito de cada ser humano. É um pouco mais complexo q isso, mas prum resumo serve.

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  2. Ainda não li nada de Foucault. Provavelmente lerei alguma coisa dele quando estudar Sociologia do Crime. É que durante as férias, deixo os autores da academia de lado rsrsrs, e leio os romances que se acumulam durante o semestre. Mas fica a indicação. Valeu!

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  3. concordo ^^
    é uma questão qe deev ser mais discutida ..

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  4. Foucault é genial, recomendo.

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  5. Concordo³ !! Uma pessoa que só sabe repetir o que os outros dizem e fazem é completamente futil..

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  6. Concordo com a maior parte do que disse, Jaka. Há os que não se engajam em nenhum movimento porque são alienados e há os que se engajam em movimentos sociais p/ esconder o quanto são alienados. Difícil é encontrar pessoas capazes de interceder em defesa dos direitos de um ser humano "somente" por ser um humano, independente de ser homem ou mulher, homo ou hetero, estudante ou não, enfim, faço minhas as suas palavras quando diz "ninguém vai apontar o dedo na cara do miserável e chamá-lo de irresponsável".

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  7. Desculpe mas eu acho que você tá enganada quantos aos calotes, não achei justo o teu comentário.

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  8. Já comentei 3 ou 4 vezes no teu, sempre que o seu link antecede o meu. A recíproca não é verdadeira, embora já tenha visto seu link após o meu algumas vezes... Mas deixa pra lá.

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  9. Verdade...
    adorei o seu blog, parabéns pela forma
    como escreve :)

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  10. Somente discutindo em seminários como esse é que poderemos garantir as políticas públicas para a juventude, para as mulheres ou para os homossexuais, etc.
    Um abraço e parabéns pelo blog.
    http://alma-feminina.blogspot.com

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  11. As vezes eu penso que certas militancias continuam exatamente para "manter" a discriminação e a desigaldade. Apesar de seus membros estarem jurando de pé junto que lutam por igualdade...Será que não estão atirando no próprio pé?
    Tipo, você faz "um movimento de protesto" para resolver uma situação desconfortavel para certos membros da sociedade. Todos concordam que já conquistamos muito. mas que ainda queremos mais. MAIS O QUE? Porra. Daqui a poico vão criar um grupo AQQM "abaixo os grupos que querem mais".
    Serhumano é muito chato...

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  12. Pois é, Angélica. Acredito que algumas militâncias acabam desembocando no mesmo ponto que elas querem transpor: a SEGREGAÇÃO. Tem homens que concordam que as mulheres têm o direito aos mesmos privilégios que os homens, mas estes "não" podem participar do movimento não por serem homens, mas porque o próprio movimento veta a participação deles. O movimento LGBT também é assim. Concordo que se determinado projeto é voltado para esse segmento da população, a prioridade deva ser o acolhimento a essas pessoas. Mas se eu, hetero, tiver interesse na proposta do projeto enquanto intervenção (seja social, cultural etc), não seria aceita por gostar do sexo oposto. E aí, como combater a intolerância? É assim na maioria das militâncias.

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  13. Concordo.. a alienação enda solta!
    Belo post!
    ;D

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  14. ótimo post.
    Os jovens de hj vem perdendo seus valores e tenho medo dos conceitos que eles vem seguindo.

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  15. "Eu não defendo os brancos, e eu não defendo os negros
    Eu defendo a verdade e direitos e tudo disso."

    Adorei a frase, é por isso que faço DIREITO!

    Muito bom o post!

    http://juogata.blogspot.com/

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  16. A juventude deixou o mundo e se refugiou no Facebook, no Twitter. Abraços e sucesso com o blog!

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  17. Lai, fazia tempo que não passava pra aprender mais com suas palavras...rsrs. Gostei do texto... muito bom. Um beijo e sucesso sempre.

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  18. Opaaaaaaa. To seguindo!

    http://www.sinapseee.blogspot.com/

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  19. É... Infelizmente é assim que as coisas estão andando mesmo.
    Parabéns pela postagem!
    Bem legal!

    www.escritasdiretas.blogspot.com

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  20. O problema é que as pessoas não pensam em cada um fazer o seu, ainda mais com esta juventude alienada de hoje em dia.

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  21. vlw pelos comentarios no me blog
    estou te seguindo e irei acompanhar teu blog
    beijos

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