domingo, 27 de junho de 2010

O Diário de Anne Frank

Começo dizendo: Todas as recomendações!
Eu não costumo garantir que nenhum livro valerá a pena, porque as pessoas pensam diferente, têm gostos diferentes. Mas não se trata de uma história fictícia, e sim de um viver "incomum?!", de uma complexidade notável e merecedora de espaço no pensamento e tempo para reflexão.
Esse foi um dos livros que me fez mais mal/bem rsrsrs. Anne tem muito de mim, e eu dela. Cheia de conflitos, anseios, inquietações e dúvidas. Ela é traquina, inteligente, sensível e curiosa. Taí! Essa última característica eu não sei dizer se é yin ou yang rsrsrs. Apesar de tudo, Anne vive todas as emoções de uma aborrecente rsrs. Sofri. Com Anne, eu experimentei "a dor do outro". E demorei a terminar de ler. Paradoxal, né?! Se eu sofria, tinha mesmo era que concluir logo a leitura. Lógico. Mas demorei, justamente, porque eu sofria. Não dava pra ler o seu diário por muito tempo. E sentia o dever de estar com ela, de não abandoná-la... outro motivo para não terminar logo. Nunca li um livro tão sem pressa.
Anne Frank é uma adolescente judia em meio a 2ª guerra mundial. No aniversário de 13 anos, ela ganha um diário e começa a escrever nele, dá até um nome pra ele... A perseguição contra os judeus fica mais intensa e ela tem que sair da escola; vai para um esconderijo com a sua família. Começa uma nova vida. Sem janelas abertas, sem barulho, sem a luz do sol... tem uma relação difícil com a mãe, uma admiração gigante pelo pai e sei lá o quê pela irmã rsrs, alguma coisa que se aproxima de simpatia, que, aos poucos, vai se transformando num sentimento mais fraterno. O anexo (esconderijo) também abriga outras pessoas (amigos da família), com as quais Anne vive brigando, mas apesar do medo, das rusgas, da incerteza, Anne ainda saboreia uma paixão... doce, tímida e nostálgica...
Anne é muito ousada! E por isso, incompreendida. Ela tem um encanto... essa coisa do sonho... planos para quando sair do esconderijo...

Vai um trechinho:

"... sempre tive que pagar em dobro pelos meus pecados: uma vez com broncas e outra com meu desespero... É por isso que sempre termino voltando ao meu diário - começo nele e termino nele porque Kitty* é sempre paciente. Prometo a ela que, a despeito de tudo, vou em frente, que vou encontrar o meu caminho e refrear as lágrimas... Não me condene, mas pense em mim como uma pessoa que algumas vezes chega ao ponto de explodir!"

*Kitty é o nome do diário.

Ps.: Anne morreu. Mas é tão difícil falar dela como alguém que passou. Acabo sempre me referindo a ela como se tivesse viva. Ouvi dizer que "humanos são imortais desde que estejam presentes na lembrança de alguém". O Renato Russo alude à Anne Frank, quando em "Química", cita Belsen - campo de concentração onde ela morreu aos 15 anos.

A respeito desse livro, concluo: todas as recomendações!


2 comentários:

  1. Oi Lai, você sempre me supreendendo. RSRS. É tão bom ler um livro e nos encontrarmos nele, quando você fala de Anne, realmente percebo que ela deve ter muito de você e vice-versa. Senti vontade de me encontrar um pouco nela, tenho certeza que isso aconteceria, seja pelos conflitos, anseios, dúvidas, mas me encontraria. Saudades migalinda. Bjao e você continua escrevendo maravilhosamente. Continue.

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  2. Oh minha flor, obrigada! Ainda não escrevo tão bem quanto desejo. Mas escrevo pra isso rsrs. Ainda não sei direito como quero escrever, mas quando conseguir essa façanha, saberei reconhecer o ponto rsrs.

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