sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A você que segura o giz

"Gostaria de render homenagem a um personagem meio ridículo: o professor. O lugar que lhe é reservado na sociedade atual é um dos mais inferiores. O status do professor é inferior ao do proprietário de armazém de artigos baratos, está mais distanciado do status de uma cantora de segunda categoria, de um manequim ou de um lutador de boxe. A única excessão é para o professor que ajuda a fabricar a superbomba ou que descobre um procedimento eficaz para aumentar as vendas de um produto desodorante. De pouco pode vangloriar-se o pobre professor... No entanto, pode vingar-se sigilosamente. São as ideias que movem as coisas. Neste sentido, os professores manipulam, sem serem vistos, os cordões dos fantoches da história, forjam as opiniões, os valores e descobrem as soluções."

L. von Bertalanffy

A homenagem não é só pela data instituída (não me importo com essas datas), mas também porque é o ofício que vou exercer. De antemão, a todos que também pretendem lecionar, vou contar um pouquinho de como tem sido a minha vivência na universidade enquanto aspirante rsrs.
Cheguei na universidade com toda a ingenuidade de um calouro. Acreditando que sairia de lá com todo o suporte necessário para "mudar o mundo". Caí do cavalo! Mas há um troço que não sei explicar. Alguma coisa que ainda faz com que eu enxergue possibilidades. Acho que os filmes abaixo mostram bem o que quero dizer e não consigo verbalizar, ou talvez não seja uma coisa que possa ser decodificada.

Eu recomendo:

Sociedade dos Poetas Mortos. Eu sou um tanto suspeita para falar desse filme. 1º porque eu acho Robbin Willians o máximo; 2º porque o filme traz, como uma de suas questões principais, a importância da promoção e do incentivo à leitura, além de instigar os estudantes a "pensarem", em vez de se aterem às formulações contidas nos livros didáticos. Foi assistindo esse filme que ouvi pela 1ª vez a expressão "Carpe Diem".

O Clube do Imperador. Assim como em Sociedade dos Poetas Mortos, a história se passa em um colégio interno tradicional para meninos e boa parte das questões apresentadas aparecem nos dois filmes, como a necessidade de que o professor invista nos alunos enquanto indivíduos.

A Corrente do Bem. Lindo! Um dos meus filmes preferidos. É com o mesmo garoto que fez A.I. - Inteligência Artificial. Nesse filme, o professor provoca os estudantes da 7ª série do Ensino Fundamental a refletirem sobre o mundo e se perceberem parte dele.

Os Escritores da Liberdade. Inspirado no livro O Diário dos Escritores da Liberdade, esse é o que apresenta configuração mais próxima da realidade da escola pública, diferentemente dos acima citados. Diversidade, respeito, tolerância, racismo e violência são alguns dos elementos presentes no filme. Dessa minha listinha, esse é o único em que o educador é uma mulher.

4 comentários:

  1. "O professor deve manter o olho na vida e na biblioteca." (Calcanhar de Aquiles)

    "Troço que não sei explicar."
    "... enxergue possibilidades."
    Esses sentimentos permanecem em mim desde o início. É como uma cachaça difícil de largar.

    Ahhh Vi certa vez um filme chamado "Adorável professor." Nunca esqueci ...

    Muitíssimas realizações nessa empreitada.
    Abração do amigo "Calcanhar" aqui.

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  2. Parabéns, querido!
    Agora que vi seu comentário, lembrei que o professor do filme "A Corrente do Bem" é de história. Assista, quando puder. Pensei em postar algumas cenas dos filmes que indiquei, mas minha listinha tem 4 fimes, e seriam 4 trechos... quase ninguém assiste vídeo em blog, ainda mais quando muitos. Mas fica a indicação.

    Um abraço.

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  3. Lai, adorei as indicações, assim que puder vou lê-los, e talvez, mais uma vez, escritores da liberdade... muito bom o filme. Um bjo

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  4. Professores são mestres bem pouco valorizados em nossa sociedade, o que é uma pena mesmo, porque é um dos pilares de sustentação da cultura e do saber.

    Te sigo.

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