sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A Hora da Estrela - Clarice Lispector

Bem, subtraí A HORA DA ESTRELA, de C. Lispector, da minha listinha  "não posso morrer antes de ler" porque finalmente eu li.
Acho que ainda não comentei, mas a minha estreia com a literatura de Clarice foi LAÇOS DE FAMÍLIA. Ficou um cadinho abaixo das minhas expectativas! Ou talvez as pessoas fizeram alarde em demasia ao falar de Clarice. Uns contos extraordinários, e outros do tipo "nem cheira, nem fede". Nem li todo.
Incrível é o poder, e até prazer, que ela tem em incomodar! Fabuloso! Gosto do estilo intimista que ela apresenta em seus textos. Intimista demais, talvez por isso incomode.
Sobre A HORA DA ESTRELA, que criaturinha mais "sem vida", Macabéa! Às vezes, tudo que eu conseguia sentir era pena. Sua vida era tão rala, tão sem. Macabéa era a falta. Acredite, me veio agora um sentimento de remorso por dizer isso (coisa esquisita!).
Eu faria com a vida de Macabéa o que não faço com a minha. Muitos anos entregue ao álcool. Talvez 10. Ou eu teria uma cirrose e morria, ou fazia tratamento numa AA (Alcóolicos Anônimos) com terapia de grupo; ia me vangloriar toda vez que conseguisse resistir por uma semana e ser aplaudida. Aos 50, namoraria um rapaz saindo da menor idade. Maca precisa dessas coisas! Não, eu não faria! Deixaria a vida dela ser exatamente do jeito que ela levava. Se não, possivelmente ela não teria uma história para ser lida... sua única "vida".

"É que só sei ser impossível, não sei mais nada. Que é que eu faço para conseguir ser possível?" - Macabéa

Arrepiei!

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